Ouvi e li muitos comentarios ansiosos sobre a chegada da série "Feud ", muito bem elaborada pela Netflix.
Para os amantes do suspense e séries clássicas, S.Freud é inspiradora e nostálgica. Faz jus a trama e o desenrolar de fatos históricos acabam surgindo, reforçando a veracidade do contexto geral. Mas como toda boa ficção, a série utiliza "partes da história da vida" deste tão polêmico estudante da psique e criador da Psicanálise. Seria pura inocência esperar um contexto literalmente biográfico. Eis aqui a questão da problemática da expectativa.
Podemos visualizar um pouco da antiga Viena, com suas carruagens e canais. Um pouco da rotina das escolas de medicina e de como a argüição era feita, bem como o tratamento para os "internos do sanatório em Salpetriere".
A trama em si, desenvolve sob a ótica do suspense de investigação policial - para prender a atenção do telespectador.
Para os pesquisadores em Psicanálise, fica a dica de observar detalhes afim de contribuir para a pesquisa em si: no desenrolar da trama, a perversão anda de "mãos dadas com as máscaras da lei e da ordem ". O fetiche permeia os relacionamentos. Desejos "intensos" ganham força e forma tão obscuros quanto a personalidade de seu donos: manipulações, afetividades proibidas, honra , sequestro de uma menina que é brutalmente marcada com sinais da psicopatia do agressor . A dor psíquica da histeria conversiva, refletindo nas mãos do oficial que amarga o odio que envolve a perda do filho.
O próprio Freud não escapa deste fim : encarar a si próprio e descobrir - se "desejante - em conflito". E o que dizer do encantamento do mistico e do "sobrenatural" da envolvente Fleur Salomé ( personagem fictícia, possivelmente inspirada na psicanalista Lous Andrea-Salomé- conhecida de Freud e Nietzsche) ou da articulação política do casal Victor e Sophia, da familia Zsapary ( familia que realmente existiu na antiga austria / hungria e nos expressivos conflitos politicos do Império).
É incrível observar como a midia tem o poder de " mexer com os desejos da psique do telespectador que, ansioso, aguardava para , talvez, encontrar as próprias projeções de si no formato da série. Eis a razão para o tena: para muitos, a problemática foi a expectativa.
Por
Taty Lima
Psicanalista Sênior, Psicopedagoga e Fundadora e diretora do ITL Instituto Transforma Lifes
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