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Psicanálise e filosofia

O “estudo da alma” remonta desde os primeiros filósofos gregos até as tradições mitológicas dos povos antigos — hoje consideradas valiosas fontes dos elementos mais profundos da natureza humana.




Heráclito, o filósofo do fogo e da mudança, observou atentamente o comportamento humano e declarou que “o mesmo homem não se banha duas vezes no mesmo rio, pois outras serão as águas e outro será o homem”.


Mas será apenas com Sócrates e os grandiosos diálogos platônicos que o pensamento filosófico irá se voltar definitivamente para a natureza humana - a maieutica (forma de dialogar de Sócrates, ou “parto das ideias”):

. Uma conversa que iniciava com um elogio irônico

. uma série de perguntas que revelavam que aquele que julgava saber, na verdade, sabia muito pouco tanto sobre o assunto abordado quanto sobre si mesmo.


Esse grande evento da história da Filosofia foi chamada de “virada antropológica”, uma vez que colocou a natureza humana no centro das investigações filosóficas, sendo Platão seu principal iniciador. Sócrates, o grande herói e mestre de Platão, afirmava que sua principal missão seria “conhecer sua própria alma”.Desde então, a Filosofia percorreu um longo caminho até a moderna psicologia.


A filosofia medieval destaca - se por colocar Deus como tema fundamental, a obra As Confissões, de Agostinho, é uma marcante exploração de si mesmo.


A mentalidade filosófica: o eu racional



René Descartes, o maior filósofo da modernidade, estabeleceu o “eu racional” como a grande promessa da humanidade, influenciando tanto o método científico quanto a Filosofia Moderna. Essa tal racionalidade intrínseca do homem seria nossa maior promessa.


O próprio Descartes, convencido do poder de seu método racional, afirmou que “agindo assim, não existirá nada tão longe que não seja alcançado e nem tão encoberto que não seja descoberto”.

Como esperado, a promessa científica se estendeu a todos os ramos do conhecimento. Assim, o florescimento da ciência marcou definitivamente o estudo do comportamento humano.

Tudo parecia indicar que, finalmente, no desenrolar da Era Moderna, a conturbada natureza humana poderia ser compreendida pelo rigor do método científico.



Séculos depois, o próprio Freud, fundador da psicanálise, ainda tinha essa esperança com relação à ciência. Esperança essa que não foi compartilhada por futuros psicanalistas como Jacques Lacan.

Entretanto, apesar de marcar profundamente nossa história, no que tange à natureza humana a ciência não conseguiu gerar respostas satisfatórias para as causas do sofrimento psíquico.


Por isso existe um controverso debate sobre a Psicologia ser considerada uma ciência de fato.


A imprevisibilidade do ser humano, com suas dores e dilemas, parece resistir à ideia de que somos máquinas com defeitos a serem corrigidos.


O filósofo francês Michel de Montaigne, já no século XVI, havia percebido essa dificuldade e declarou que “a ciência é uma coisa maravilhosa, os que a desprezam demonstram estupidez. Ela não pode, contudo, nos tornar sensatos”.


Na era Contemporânea, surge a Psicanálise

Contemporânea devemos principalmente a Sigsmund Freud , a constatação de um fato desconcertante:

a poderosa razão humana, valorizada ao máximo por Descartes e pela ciência, não seria tão poderosa assim. Este “eu racional e consciente” de Descartes, na verdade, seria uma marionete nas mãos de forças inconscientes que direcionam nosso comportamento e nossas escolhas — que não seriam tão “racionais” quanto julgamos

.

A TEORIA DO INCONSCIENTE de Freud deu origem à Psicanálise, que se dedica principalmente ao estudo detalhado dos conteúdos inconscientes, seja através da interpretação de sonhos ou da fala do paciente com o intuito de tratar casos de histeria e neurose.

A psicanálise tornou-se um ramo independente da psicologia, tendo entre seus principais expoentes (além do próprio Freud) nomes como CA GUSTAV JUNG, JEAN JACQUES LACAN

A psicologia também se desdobrou, durante sua história, em várias perspectivas, como O BEHAVIORISMO , GESTALT, COMPORTAMEMTAL e entre outras


Contribuições do site www.sbpi



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