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O surgimento da Psicanálise Freudiana

Atualizado: 14 de abr. de 2020

O percurso de Sigmund Freud

Sigmund Freud, considerado o pai da psicanálise, ainda criança, vai viver na cidade de Viena, na Áustria.

“A promessa intelectual de Freud manifestou-se cedo: criança precoce num lar onde os recursos não sobravam, ele era o único dos filhos que tinha um quarto só para si para poder estudar”. GOODWIN, C. J., p.424


Filho primogênito dos oito filhos do casal Jacob e Amalia Freud, porém sua mãe ainda jovem já era a terceira esposa de Jacob que tinha 40 anos e ela 20 anos. No ano de 1873, Freud entra para a famosa escola de medicina de Viena, após concluir seus estudos anteriores com louvor.


Durante seu curso de medicina,  queria se dedicar a pesquisa e ser um pesquisador na área da neurologia, porém ele já sentia algumas dificuldades nessa carreira pelo fato de ser judeu na cidade de Viena.

“Quando começou a fazer o curso, Freud não tinha nenhuma intenção de ver a praticar a medicina algum dia – sua paixão era a pesquisa”. GOODWIN, C. J. p. 425.


Freud se formou em neurologia e Ernst Brucke foi um grande influenciador sobre o materialismo e determinismo por dominar, no século XIX, a fisiologia. Pelo fato de mergulhar na pesquisa, durante seus estudos na Universidade, permaneceu por lá durante 8 anos e não apenas os 5 habituais.

“O mergulho de Freud na pesquisa foi a principal razão para ele ter passado oito anos, em vez dos cinco habituais, na universidade para obter seu diploma de médico.” p. 425


Os seus primeiros trabalhos, como médico, foram a respeito do cérebro e, naquela época, estava sendo novidade o aparecimento dos estudos sobre os neurônios por exemplo. 

“Em maio de 1883, Freud foi nomeado médico secundário em clínica geral no setor de Theodor Hermann Meynert (1833-1892), na Universidade de Viena, o que lhe possibilitou obter permissão para trabalhar em seu laboratório. Durante 14 meses, do verão de 1883 ao de 1885, se dedicou à pesquisa sobre a histologia do sistema nervoso. Nesse mesmo período, sob orientação de outro importante neurologista, Ernst Wilhelm von Brücke (1819-1892), também pesquisava as células da medula do sistema nervoso central, interessado especialmente nos desenvolvimentos ontogenético e filogenético dessa estrutura. Mas foi Meynert quem mais influenciou as pesquisas de Freud, chegando a ser um grande amigo – até o rompimento da relação em 1886.”


Nessa época, já finalizado o curso de Medicina, Freud estava apaixonado por Martha, que viria ser a sua esposa e, assim, Freud precisava pensar em sua situação financeira. O fato de ser judeu trazia algumas dificuldades para o jovem doutor, “teria poucos cargos acadêmicos à sua disposição. Se quisesse casar-se, seria preciso abrir um consultório médico. Portanto, a conselho de Brucke, ele relutantemente começou a preparar-se para a vida de médico inscrevendo-se num curso de três anos no Hospital Geral de Viena”. p. 426


Em 1885, ele se interessa e amplia seus conhecimentos sobrehisteria e começa a aprender algo também sobre a hipnose, época em que ganhou uma bolsa para estudar com Charcotdurante alguns meses, emSalpêtrière, (local construído no século XVII e,  anteriormente, já havia sido um depósito de pólvora. Salpêtrière  foi utilizado  para abrigar pessoas afastadas da sociedade, como prostitutas, mendigos e  com “problemas mentais”, porém, após a revolução francesa, Salpêtrière passa a servir como asilo e hospital psiquiátrico para mulheres).

Em 1891, ele escreve sua monografia sobre a concepção das afasias: um estudo crítico onde, através desse trabalho, ele inicia uma ruptura “com a sua trajetória como neurologista”, lançando constantemente novas hipóteses de pesquisa o que, de certa forma, foi o ponto de inicio da elaboração de novos conceitos e ideias para a sua teoria psicanalítica.

Ernest Jones é um dos autores que concorda que Sobre a concepção das afasias não apenas foi um avanço nas pesquisas no campo da neurologia, mas também o ponto inicial para os futuros trabalhos psicanalíticos:’ trata-se do primeiro autêntico vislumbre que temos do Freud de anos vindouros. Possui o raciocínio cerrado, a lucidez, a argumentação persuasiva e desencadeadora de pensamento, a discussão imparcial de objeções e a notável capacidade de ordenação de seu material que se tornaram tão característicos de seus textos (Jones, 1953/1989, p. 221).”


Referências

Freud S, Breuer J. Estudos sobre a histeria (1895). In: Salomão J (trad.)




Obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Rio de Janeiro: Imago; 1995.


GOODWIN, C. J. – História da psicologia moderna – Tradução Marta Rosa –  4a ed. – São Paulo: Cultrix, 2010.

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