Dirigido pelo diretor Galder Gaztelu-Urrutia, este filme espanhol acompanha a jornada de Goreng (Ivan Massagué), um homem preso num sistema vertical e separado por níveis.
A grande diferença entre eles é por conta da quantidade de comida. No primeiro nível, a comida é novinha, recém-feita. No segundo, chega um pouco comida. A partir do 50, quase nada chega.
É notória a crítica aos sistemas de governo, embora não são um destaque no desenrolar da trama.
Goreng é um idealista e experiencia a ruptura de seus sistema de valores e crenças, quando inserido no caótico contexto de sobrevivência existente no Poço. " A fome desperta a loucura em qualquer um" diz o velho Trimagazi.
A cada mudança- seja de andar ou de parceiro - a realidade reconhecida vai ganhando novos moldes....
A cada dor, a cada renúncia, a cada trauma, a cada adaptação da realidade, Goreng compreende o que o velho Trimagazi diz "Eu ja estive lá no fundo. E não chega nada lá."
Segundo a psicanálise, a psique precisa de seus mecanismos para se defender e permanecer "saudavel o ego ". Quando traumas são intensos e os instintos de sobrevivência fluem, o que menos importa são as regras aprendidas. Novas regras surgem...
Goren inicia, então, uma nova jornada : conhecer até onde é capaz de ser conduzido para "dentro de si" quando o assunto é sobreviver!
Será que o ideal resiste? E a panacotta ou a menina, serão reais ou uma mera fantasia da projeção de Goren , afim de aliviar a dor das valores rompidos, afim de equilibrar a vida de abtes com a sobrevida de agora?
Quantos de nós não fugimos para uma maneira própria de viver ou de sentir as próprias dores?
Quantas fantasias o ser humano é capaz de criar em busca de se proteger?
Quantos níveis suportamos nos aprofundar até que se encontre o claro, o escuro ou a solução?
Psicoadaptaves: seres humanos, mas nem sempre "somos humanos".
Dentre várias percepções possíveis sobre a trama, acredito que um fato é notório: o bem ou o mal é uma questão de perspectiva é até ocasião própria.
É desafiador assistir a algumas cenas.
E imaginar- se nelas?
E aí. Até aonde O POÇO te levaria?
Por: Taty Lima
Psicanalista Sênior
Psicopedagoga
Fundadora e Diretora do ITL Instituto Transforma Lifes
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